quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Boicote ao IPTU em Itabuna

Buracolândia, cidade no escuro, saúde abandonada, desvios de dinheiro na educação. Sustentados nessas provas de abandono da cidade por parte da administração de Fernando Gomes, moradores de Itabuna planejam não pagar o IPTU este ano.
O movimento é puxado por lideranças de bairro, principalmente das áreas mais carentes. A região central também não descarta participar do boicote.
Um morador da avenida Ilhéus - que não quis se identificar temendo retaliações, lembra que faz quase um mês que foram deixados entulhos numa esquina da avenida, ao lado de uma loja de paisagismo. Até hoje a prefeitura não retirou o entulho.
Pior que isso, uma verdadeira cratera se formou na avenida que é passagem para bairros populosos como Califórnia, Santa Inês, Monte Cristo e Fátima. O buraco foi aberto pela Emasa.
"Jogaram uma borra de asfalto, que se esfacelou com o tráfego de carros e tá isso aí, meu irmão", diz o morador, apontando para a cratera. Ele ainda se queixa da falta de iluminação. "Mas a TIP é cobrada todo mês na conta de luz", observa.
Morador da avenida Itajuípe, Wesley Silva, reclama que a prefeitura fez da frente da sua casa um depósito de lixo. "A gente já reclamou, mas de nada adianta. A solução é não pagar imposto, já que a gente não tem o serviço, não é?".
Segundo ele, os homens da limpeza retiraram uma concha coletora de resíduos. "A gente liga pra Ecolimp, mas não tem jeito. Então, o jeito é não pagar o famigerado IPTU. Tem que fazer doer no bolso deles pra ver se ligam pra gente", diz, revoltado.
De acordo com a prefeitura, Itabuna possui 89 mil imóveis na área urbana. Apenas quem tem imóvel com IPTU igual ou inferior a R$ 17,00 está isento do pagamento do imposto, de acordo com a secretaria municipal de Planejamento e Finanças.
Pimenta na Muqueca
Participei hoje ao lado do vereador Sena de uma reunião com populares no Bairro São Lourenço. A reunião foi organizada por Nel do Bar, militante do PCdoB, pré-candidato a vereador. O que mais chamou minha atenção foi a disposição das pessoas ali presentes de falar sobre os problemas, não só os do bairro, como também da cidade e da sociedade. Um cidadão questionou, dentre outros, sobre o problema da violência, dando conta de que foram assassinados nas proximidades cerca de nove pessoas nos últimos dias. É obvio que o problema da violência é um dos mais complexos da sociedade brasileira, bem como da maioria dos paises do mundo e não será com soluções fáceis que ele será resolvido. Mas, ouvindo o questionamento e as opniões de Sena sobre o assunto, me lembrei de um texto que recebi no meu email e que reproduzo aqui.

A SOMBRA DA ÁRVORE DO CRIME
Uma árvore nasceu bem no meio no meio de uma comunidade. No início ninguém se importou muito, pois a árvore não incomodava. Com o passar do tempo, a árvore cresceu e seus galhos começaram a fazer uma sombra enorme sobre as casas. As pessoas queriam tomar um banho de sol ou secar suas roupas no varal e não conseguiam por causa da sombra.

A comunidade começou a reclamar. No ônibus, no mercado, no salão, nos bares e clubes só se falava da maldita sombra que perturbava a todos. Alguns grupos organizados passaram a cobrar das autoridades uma providencia, até que a situação se tornou insustentável. Passou até na televisão.

Finalmente, houve uma reunião e as autoridades decidiram enviar uma equipe para acabar com o problema. Essa equipe munida de tesouras enormes, começou a cortar os gravetos que estavam mais salientes, aqueles galhos mais finos que ficavam na parte mais externa da árvore. Não demorou muito e o “problema estava resolvido” O sol agora brilhava sobre os telhados das casas e o povo estava feliz, ninguém mais pensava na árvore. Até que em outra primavera novos gravetos cresceram e a sombra voltou a aterrorizar a sociedade.

É exatamente dessa forma que nossa sociedade combate o crime, a violência e a insegurança. A árvore do crime está bem no meio da sociedade, suas raízes são profundas e seus tentáculos estão instalados nos poderes executivo, legislativo e no judiciário. Está na polícia, nas organizações sociais e nas entidades religiosas. O tronco dessa árvore é rico em corrupção, sonegação, estelionato, tortura e hipocrisia.

Quando a situação se torna crítica e a comunidade exige uma postura das autoridades, a polícia é enviada com seus fuzis para furar o crânio daqueles negrinhos que ficam vendendo sua balinha de maconha nas esquinas das ruas (os gravetos). Os galhos mais grossos protegem o caule. A hipocrisia somada a corrupção, impedem que a raiz da planta seja atingida. O pior disso tudo é que nós, comunidade ficamos felizes quando os exterminadores se apresentam com seu arsenal da morte. Somos incapazes de perceber que eles fazem parte do tronco e jamais irão combater a raiz do problema.

No final, muitas famílias chorarão seus óbitos, outras festejarão a falsa sensação de paz enquanto novos pivetes são alimentados e fortalecidos com o próprio fruto da maldita árvore.


Texto de Ricardo Andrade
Ministro de Comunicação da Posse de Conscientização e Expressão
Militante do Movimento Negro Unificado
Integrante da Campanha Reaja ou será mort@
Componente da Rede Ayie Hip Hop

Lauro de Freitas - Bahia - Brasil
...que o partido tenha uma ética revolucionária e seja formado por “trabalhadores dedicados, exemplos de pessoas honestas com uma vida limpa”. Há a necessidade do funcionamento coletivo e democrático, que evite personalismos e carreirismos. “Do partido depende o futuro da revolução. Ela não pode depender de um homem, de uma cúpula ou de uma vanguarda esclarecida. Precisa contar com milhões. Do contrário, ela ficará vulnerável”.
Hugo Chaves na abertura do congresso de fundação do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSVU)